Este Morcego ainda foi "exportado" para África.
Em Abril de 1940 o meu avô morre e embora o meu pai se esforçasse por manter o negócio, a mercearia que era aquilo que sería chamado hoje de Cash & Carry, tem que ser vendida.
Os efeitos da segunda guerra mundial e a falta de conhecimento do mercado, ganham nesse momento.
Assim, o meu pai e a minha avó vão com o Morcego, no navio Colonial para Lourenço Marques.
Deixam Lisboa em 13 de Novembro de quarenta. A data vai repetir-se duas vezes na família. Vinte anos depois eu nasço e nesse mesmo dia de '93, o meu pai morre.
O Morcego "sobrevive" à viagem e ainda se aguenta ao calor tropical por mais 10 anos.
Mais gatos vão passar pela família mas os únicos que recordo da infância, são o Chapéu, o Gigóz, que segundo os meus pais desapareceu lá de casa fugindo com a minha chucha, e o Morcego II.
Mais tarde, já em Portugal houve um preto e branco com o genial nome Ron Ron. A minha mãe tinha pedido que se chamasse Larbel... não compreendo porque não. Afinal havia tanto gato com nome estranho na família.
O Ron Ron foi o último de todos os gatos a cohabitar com o meu pai. Tinha sido salvo do respiradouro do prédio em pequenito. A gata mãe tinha ficado atropelada na Rua do Moínho Velho.
Não há quase foto onde não haja Ron Ron e meu pai em simultâneo da mesma forma que não há fotos do meu pai sem livros à volta.