segunda-feira, 27 de julho de 2009

O porquê dos gatos na vida do Papy


Os gatos são aquele ser que resiste sozinho.
Provavelmente os gatos na minha vida foram transmitidos no código genético e da mesma forma que a minha mãe gostava de cães e o meu pai de gatos, eu gosto de gatos e de gatas.
O primeiro gato existencial apareceu na mercearia do meu avô paterno cerca de 1936. Vinha meio cinzento, meio sujo demais, quando entrou pela porta do estabelecimento com umas salsichas nos dentes. O António do talho achava que esse gato tinha entrado na mercearia mas o meu avô afirmou desconhecer tal facto. O António não se conformou totalmente. O meu avô deve ter ficado moído porque não mentia. O gato tinha ganho um lar e uma pançada de salsichas de talho.
Contra a sua vontade, os meus avós e o meu pai deram banho ao gato e foi uma surpresa. O gajo afinal não era cinzento; era preto.
Como era meio furtivo, chamara-no de Morcego e transformou-se o gato terror do Bemformoso.
Este Morcego ainda foi "exportado" para África.
Em Abril de 1940 o meu avô morre e embora o meu pai se esforçasse por manter o negócio, a mercearia que era aquilo que sería chamado hoje de Cash & Carry, tem que ser vendida.
Os efeitos da segunda guerra mundial e a falta de conhecimento do mercado, ganham nesse momento.
Assim, o meu pai e a minha avó vão com o Morcego, no navio Colonial para Lourenço Marques.
Deixam Lisboa em 13 de Novembro de quarenta. A data vai repetir-se duas vezes na família. Vinte anos depois eu nasço e nesse mesmo dia de '93, o meu pai morre.
O Morcego "sobrevive" à viagem e ainda se aguenta ao calor tropical por mais 10 anos.
Mais gatos vão passar pela família mas os únicos que recordo da infância, são o Chapéu, o Gigóz, que segundo os meus pais desapareceu lá de casa fugindo com a minha chucha, e o Morcego II.
Mais tarde, já em Portugal houve um preto e branco com o genial nome Ron Ron. A minha mãe tinha pedido que se chamasse Larbel... não compreendo porque não. Afinal havia tanto gato com nome estranho na família.
O Ron Ron foi o último de todos os gatos a cohabitar com o meu pai. Tinha sido salvo do respiradouro do prédio em pequenito. A gata mãe tinha ficado atropelada na Rua do Moínho Velho.
Não há quase foto onde não haja Ron Ron e meu pai em simultâneo da mesma forma que não há fotos do meu pai sem livros à volta.
Mas isso não tem a ver com a história dos gatos.
Os gatos na minha são uma herança...





domingo, 26 de julho de 2009

As meninas do Papy

Quando o Dico soube que a Mafalda ía fazer 18 anos, embora sem entender esse valor, quis ir à terra onde ela, a irmã Mónica, e a mãe vivem.

Duzentos e cinquenta quilómetros para cada lado é longe para as patinhas de um gato. A viagem, obviamente, foi de carro. Nem uma média de um vómito em cada cem quilómetros lhe demoveu o interesse pela viagem e por descobrir quem eram as raparigas. Para ele nunca foi possível entender porque é que não estamos todos juntos.

A Mafalda hoje também vive mais tempo em outra cidade onde estuda. Estudar é uma expressão muito vasta. Na linguagem do caloiro acabado de chegar a uma grande cidade, cheia de qualidades, tentações, valores e até uma universidade, estudar pode significar, amigos, copos, noites, noites copos, namorado, dormir pouco ou o possível, comer, quase sempre mal, fazer amor com o namorado, comer, copos; estudar por vezes... e correr tudo mal lá na universidade.

A Mok continua a ser o ser só dela. A individualidade secreta, a imagem do pai nas suas piores coisas e até em algumas mais aceitáveis como o gosto pelo Metal e pelo Gótico, especialmente o Sinfónico.

Hoje em dia a Mafalda tem um gato, o Tobias, que tal como o Fred, é um gato cibernauta. Fala várias vezes com ele, embora por vezes seja por telemóvel. Além de se dar bem com gatos que vivem no telhado da casa dele, também fala esporádicamente com o Gatin e Gaton, dois gatos que conheceu em Espanha.

As meninas do Papy estão sempre na lembrança do Fred e quando raramente o papy as vai ver, o Fred tem sempre a esperança que ele o leve, mas quando o papy sai com a malinha e diz xauz, o Fred sabe que uma vez mais não foi e uma vez mais vai ter que ficar com uma lágrima a olhar para uma porta fechada

sábado, 25 de julho de 2009

o princípio da história



Toda esta desgraça começa num dia em que o gato me apanha no trabalho e decide começar um Flog.


Era para aí Setembro de 2007 e eu vivia com ele numa casa que tinha sido um sonho mas estava condenada a provocar a desgraça na vida de todos os envolvidos.
Embora esta fosse a segunda casa do gato, o Gato Frederico, conhecido pelos outros gatos por Fred sentia-a como sua. Tinha nascido em Vila Real de Trás os Montes e por causa de um dia das mentiras tinha sido importado num caixote de cartão de uma marca conhecida de vinhos.
Estava eu a fazer o jantar quando bateram à porta. Fui ver quem era e lá estava ele dentro do caixote, deixado à porta, propositadamente.
As lulas ficaram uma porcaria, mas desse tempo, nos braços, ficou-me o gato e a saudade da Helena que mo tinha trazido.
O Fotolog do gato nasce num dia em que aproveitando-se da net ligada, decide começar a escrever mensagens.
Como não tinha mais nenhum gato com e.mail, resigna-se à ideia de construir um Flog onde possa ir contando a sua vida.
Para a primeira mensagem vai usar como identificação aúnica coisa que tem, isto é, o passe da camioneta.
O maior problema do Fred é que como não sabe ler, só sabe escrever, sempre que escreve não faz a miníma ideia se tem erros. Entretanto está a evoluir na língua, já que anda a aprender a ler com as legendas das séries e filmes norte americanos preferidos do gajo que ele deixa viver lá em casa, o Papy que tá at work, Eu.