Depois veio o fim do segundo milénio e com este evento, de novo um monte de iluminados esperava de novo anciosamente pelo fim da humanidade desejando que tudo acabasse tipo filme norte americano com o Will Smith. Claro que nada disto diz algo aos crentes em Maomé para quem no ano 2000 já era 2622. Quer isto dizer que eles já tinham tido no ano 2000 deles a experiencia que o mundo não tinha acabado.
Em meados de 1999 já se faziam alguns planos para o virar do Milénio.
Realmente o ano trouxe-nos alguns acontecimentos invulgares de tal forma que em Agosto, nas férias, em vez de fazer o que muitos fazem, ir só para a praia, fomos para o interior, para o campo, mais própriamente para Figueira de Castelo Rodrigo.
Ficámos numa Residencial de nome Transmontano. O nome deve-se provávelmente à proximidade a Trás os Montes, já que estamos apenas a ums escassas dezenas de quilómetros do Douro e os seus proprietários são locais.
Como já era de esperar em terras onde antes havia uma avenida ou rua Oliveira Salazar, agora esta, a da residencial, chama-se 25 de Abril. O alojamento é muito agradável mas ainda mais é o Restaurante. Conheci o estabelecimento quando uma vez lá fui almoçar, estava num julgamento em Almeida, a uns senhores de etenia diversa que andavam na droga. Como eu me dava bem com o Ministério Público, lá fui almoçar com eles e o erário público é que pagou.
Andar nestes passeios trazia ao conceito de família uma tranquilidade inquestionável. A Mafalda já tinha dez anos e ainda não se recusava a trepar por ameias de castelos, enquanto a Mónica ía descobrindo o gosto extremo de o fazer.
Realmente o ano trouxe-nos alguns acontecimentos invulgares de tal forma que em Agosto, nas férias, em vez de fazer o que muitos fazem, ir só para a praia, fomos para o interior, para o campo, mais própriamente para Figueira de Castelo Rodrigo.
Ficámos numa Residencial de nome Transmontano. O nome deve-se provávelmente à proximidade a Trás os Montes, já que estamos apenas a ums escassas dezenas de quilómetros do Douro e os seus proprietários são locais.
Como já era de esperar em terras onde antes havia uma avenida ou rua Oliveira Salazar, agora esta, a da residencial, chama-se 25 de Abril. O alojamento é muito agradável mas ainda mais é o Restaurante. Conheci o estabelecimento quando uma vez lá fui almoçar, estava num julgamento em Almeida, a uns senhores de etenia diversa que andavam na droga. Como eu me dava bem com o Ministério Público, lá fui almoçar com eles e o erário público é que pagou.
Andar nestes passeios trazia ao conceito de família uma tranquilidade inquestionável. A Mafalda já tinha dez anos e ainda não se recusava a trepar por ameias de castelos, enquanto a Mónica ía descobrindo o gosto extremo de o fazer.

Algumas das pequenas insignificantes coisas que acontecem pela primeira vez, aconteceram mesmo neste fim de ano; uma delas é mesmo invulgar. Ao virar a esquina encontrámos a Joana, a cegonha que um dia tinha caído do ninho e partido uma asa. Penso que ela tenha partido mais coisas porque além de não voar também cocheava. Na altura os bombeiros locais salvaram-na, trataram-na mas só não puderam ensiná-la a voar. Não era por cochear porque já vi um pombo a cochear que voou. Tristemente um dia quando voltei de novo e perguntei pela Joana, disseram-me que tinha morrido. Uns cães atacaram-na e desta vez os bombeiros já não a conseguiram salvar, tendo morrido. Os milagres não se repetem duas vezes, ou provávelmente, só muito raramente.
O passeio levou-nos a ver toda a zona a que chamam das aldeias históricas de Portugal, quer isto dizer, de Almaida a Pinhel, Castelo Bom e Castelo Melhor. Depois sempre pela estrada 221 até Barca d'Alva.
Mas entretanto, naturalmente voltámos a casa e enquanto a mãe voltou para o seu trabalho com os seus turistas, na manhã de 11 de Agosto chegou uma experiencia rara; a possibilidade de ver um eclipse de Sol.
Mesmo sendo parcial, havia meses que as pessoas aguardavam ansiosamente pelo dia. Todos tinham oculos apropriados para a visão. Havia quem os comprasse. Jornais e revistas desde a Bola, o Record, o JN e o DN, a Gente e a Tv Guia, revistas com gajas nuas, todas as publicações os ofereciam.
Fomos para o topo da Serra dos Candeeiros porque sempre estávamos seiscentos metros mais próximos do Sol o que para a nossa dimensão dá sempre ideia de utilidade.
No dia seguinte, fomos uma vez mais sem mãe, dar um passeio. Como o dia anterior nos tinha dado uma sensação de culturalidade, fomos ao Parque das Nações visitar o "Centro de Ciência Viva" no Pavilhão do Conhecimento.
Tinha acabado de abrir e permitia fazer uma série de experiencias sob a forma de brincadeira. Na memória tanto da Mafalda como da Mók ficaram algumas, embora a pracha de surf ou o edifício em construção, a parede para escalar, tenham ficado especialmente registadas.
Pagámos mil e seiscentos escudos para entrar. A factura era a primeira que vimos a apresentar o valor em Euros. Tínhamos acabado de gastar sete Euros e noventa e oito Cêntimos, a nossa primeira transacção com um valor tão estranho, como deve ter sido para os nossos antepassados o dia em que os Escudos substituiram os Reis.
Os Euros em si, fisicamente, só começaram a circular ao vivo no dia 1 de Março de 2002.
Tinha acabado de abrir e permitia fazer uma série de experiencias sob a forma de brincadeira. Na memória tanto da Mafalda como da Mók ficaram algumas, embora a pracha de surf ou o edifício em construção, a parede para escalar, tenham ficado especialmente registadas.
Pagámos mil e seiscentos escudos para entrar. A factura era a primeira que vimos a apresentar o valor em Euros. Tínhamos acabado de gastar sete Euros e noventa e oito Cêntimos, a nossa primeira transacção com um valor tão estranho, como deve ter sido para os nossos antepassados o dia em que os Escudos substituiram os Reis.
Os Euros em si, fisicamente, só começaram a circular ao vivo no dia 1 de Março de 2002.

O Chimarrão tinha sido alguns anos antes o primeiro do género a instalar-se em Lisboa, na Praça do Campo Pequeno, e durante bastante tempo foi motivo de tremendas refeições, motivo para ir de propósito a Lisboa para lá ir comer.
O cozido à portuguesa, ou o bacalhau que levavam pessoas a conduzir quilómetros para ir à Arruda dos Vinhos ao Fuso, tinham sido trocados pela picanha, a maminha, mais uma dúzia de carnes todas assadinhas no espeto só com sal... mais umas caipirinhas, um feijão preto, arroz e farinha de mandioca e mais umas caipirinhas. Nesse dia a Mó estava realmente esfomeada e foi preciso a certa altura quando o senhor veio com mais picanha dizer basta. A Mó ficou com uma lágrima, detestou-me por cinco minutos e como é hábito nela, passados outros tantos minutos, estava bem de novo.
O fim do mês aproximava-se e o dia 20, 24 e 27 marcaram as últimas idas à praia nesse ano.
Primeiro a 20 foi a Foz do Arelho e depois a de 27, no grande areal da Praia do Salgado que nos permitia fugir das multidões da Nazaré ou de São Martinho do Porto.
Primeiro a 20 foi a Foz do Arelho e depois a de 27, no grande areal da Praia do Salgado que nos permitia fugir das multidões da Nazaré ou de São Martinho do Porto.
O mês culminou de uma forma estrondosa já que a noite de 31 ofereceu umas excelentes trovoadas secas, sonoras, brilhantes...
Passei mais de uma hora de máquina no tripé a tentar fazer as melhores imagens possíveis ao acontecimento.

Provávelmente consequência dos dias em que eu lhes lia as histórias da Anita do fim para o princípio, trocando os nomes aos personagens e fazendo até da Anita uma jovem lésbica... ou numa Anita que fazia bombas artesanais para provocar ataques bombistas.
No fim de Outubro já o tempo estava bem humido e no entanto fomos dar um passeio. Fomos de excursão em autocarro a Santiago de Compostela. As coisas tinham-se organizado fácilmente. Nós vinhamos de casa e juntávamo-nos à mãe no Porto na noite de 30. Ela acabava lá um grupo com turistas e assim também podia ir.
No caminho parámos em Espinho e fomos ver a praia. Chovia uma chuva fininha e puxada a vento; nós só de gabardine. Ficámos substancialmente encharcados e ainda tive que ouvir um sermão da mãe por causa disso. Disparate porque ninguém se constipou...
No caminho parámos em Espinho e fomos ver a praia. Chovia uma chuva fininha e puxada a vento; nós só de gabardine. Ficámos substancialmente encharcados e ainda tive que ouvir um sermão da mãe por causa disso. Disparate porque ninguém se constipou...
A ida a Santiago de compostela foi para a Mónica a sua primeira saída de Portugal, enquanto província da Comunidade Europeia.
Já não havia fronteira entre Portugal e Espanha, eleminando aquela velha sensação de que aqui estamos nós e aí "vos otros".
Foi um grande passeio que nos levou a outros locais da Galiza, Pontevedra, Vigo e à linda Bayona com a sua enorme fortaleza e a bela marina, ao "filete de ternera", aos "calamares", e ao famoso "pimiento de piquilho".
A Mafalda achou muito engraçado que aqui, em Espanha, filete seja carne e não de peixe.
Já não havia fronteira entre Portugal e Espanha, eleminando aquela velha sensação de que aqui estamos nós e aí "vos otros".
Foi um grande passeio que nos levou a outros locais da Galiza, Pontevedra, Vigo e à linda Bayona com a sua enorme fortaleza e a bela marina, ao "filete de ternera", aos "calamares", e ao famoso "pimiento de piquilho".
A Mafalda achou muito engraçado que aqui, em Espanha, filete seja carne e não de peixe.

Ridiculamente uma boa parte daqueles que agora gritavam pelo povo de Timor eram os mesmos que uns anos antes os abandonaram lá, os mesmos que na revolução chamavam nazis aos fascistas e que nunca souberam diferenciar uma cruz gamada de um "fascium".
Não é a questão da razão da politica, e muito menos do valor da liberdade. é mais por causa da ignorancia que limita o que se podería fazer.
Tudo o que acontece neste fim de século fica registado, embora, é claro todos os aniversários o sejam.
As aulas acabam a 17 de Dezembro e a Mó despede-se da escola escrevendo os nossos nomes no quadro. Nenhum dia por pior ou melhor volta atrás, e no entanto todos estes acontecimentos ficam registados.
Desses dias ficam na lembrança a Angela, a Susana e a Miriam, a Nanci, a Cristiana... a Vanessa.
Nesse fim de ano na festa da Frei Estevão Martins, onde a Mafalda andava, as suas companheiras de dança tinham sido a Nicole Elaine, a Claúdia e a Filipa, a Sónia, a Joana...
Acontece o Natal e a tia Nana, a tia que criou a mãe das meninas, a Manuela, aproveita a data para lhe dar algo que descobriu, o passaporte, a documentação toda, os bilhetes, as reservas, da viagem de fim de curso que a sobrinha tinha feito no fim do liceu.
O fim de ano comemora-se na "Quinta da Ataíja" com uma extraordinária festa em que o meu cunhado mais velho, o Nando, chega a dançar em cima da mesa com a sua filha mais velha a Catarina.
Come-se imenso em boa qualidade e quantidade.
Os quilos na balança pelo menos provêem de uma excelente culinária.
O tio Manuel e um amigo de longa data da família, o Boa Fé, atiraram os morteiros.
Este ano são mais que alguma vez me lembro, mas a razão era maior que o habitual; passámos dos mil e novecentos para os dois mil.
Quando eu tinha a idade que a Mafalda tinha após a passagem do ano em 2000, dez anos, achava que o fim do século nunca mais chegaria e na televisão uma série chamada espaço 1999 era ficção cientifica, no entanto estávamos finalmente no século XXI e todos juntos.
Este ano são mais que alguma vez me lembro, mas a razão era maior que o habitual; passámos dos mil e novecentos para os dois mil.
Quando eu tinha a idade que a Mafalda tinha após a passagem do ano em 2000, dez anos, achava que o fim do século nunca mais chegaria e na televisão uma série chamada espaço 1999 era ficção cientifica, no entanto estávamos finalmente no século XXI e todos juntos.
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